ÉTICA NO EXERCÍCIO PROFISSIONAL MÉDICO

Por Vania Rosa Moraes

Em tempos de lava jato, impeachment, compra de sentenças, exercício ilegal da profissão, invasão de outros profissionais no ato médico é possível observar que o interesse da sociedade pela discussão do tema ética é maior, frente à condutas desta natureza que maculam a nação pela falta de postura ética e moral, ferindo princípios basilares reconhecidos e praticados pela coletividade.

Entretanto, construída a partir de valores históricos e culturais, a ética existe desde os primórdios da humanidade, na convivência em sociedade, nas relações pessoais e interpessoais, porém não é norma que surge em pleno século 21, pelo contrário o que se vê recentemente é a população exigindo o regaste da conduta e postura ética de um modo geral aos entes governamentais à sociedade como um todo, com a consequente punição aqueles que praticam atos ilegais/ilícitos.

Especificamente na medicina, na vida do profissional médico, o percurso ético tem início na faculdade, - lembrando que ao adentrar na faculdade você é detentor de princípios éticos obtidos pelo ensinamento dos pais – e que devem ser “seguidos pelos médicos no exercício de atividades relativas ao ensino, à pesquisa e à administração de serviços de saúde, bem como no exercício de quaisquer outras atividades em que se utilize o conhecimento advindo do estudo da medicina”, conforme preceitua o Código de Ética Médica, e seu fim será marcado quando o profissional deixar de existir nesta dimensão terrestre.

Neste momento, que tal traçarmos um roteiro na formação ética do indivíduo?

Primeira parada “estação” infância, como citado acima, em que um conjunto de valores éticos e morais são transmitidos pelos pais para a formação de um indivíduo integro, correto e responsável.

Próxima parada “estação” estudante nesta somos conduzidos e movidos pelas regras firmes de que devemos apreender, obter conhecimentos, para uma futura carreira profissional.

Neste passeio ético, “estação” médico residente/especializando, em que são exigidas condutas zelosas, além das éticas, para o exercício regular da medicina em prol da saúde do paciente que é o alvo de toda sua atenção.

Já na “estação” médico especialista deverá guardar absoluto respeito e conduta ética quando do exercício profissional médico, seja atendimento ao paciente, nas atividades de ensino, entre outras.

Por fim, e não menos importante a relação médica com as Sociedades de Especialidades, Conselho Regional de Médicas, Entidades da área da saúde, Indústrias farmacêuticas e de produtos da saúde não podem contrariar os ditames éticos e morais, pois o médico não pode, em nenhuma circunstância renunciar sua liberdade profissional e ética.

Recusar-se adoção de postura ética durante sua formação e exercício profissional médico resultará em condutas passíveis de penalidades pelo Conselho Regional de Medicina, Sociedades de Especialidades Médicas, respondendo ainda pelos atos praticados no âmbito da Justiça Civil e Penal.

Para que haja equilíbrio e bom funcionamento social e profissional, entende-se que interesses pecuniários, políticos, religiosos ou de quaisquer outras ordens, não podem interferir em hipótese alguma na vida profissional do médico.

O médico deve manter transparência e lisura durante toda sua existência profissional, se distanciando de condutas que possam macular sua carreira, pois se isto acontecer certamente terá que responder legalmente perante o Conselho Regional de Medicina e Justiça.


Por fim uma carreira sólida se constrói com pilares fortes sustentados pela ética; moral e transparência.

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